26/01/2023

A Ellen é ...

 Feliz ano novo!

Minha vida é uma constante caixinha de surpresas, e a novidade é que eu descobri que sou autista. E foi diferente, eu chorei e me senti aliviada.

O alívio? Bom, ele vem de eu compreender que todos os bullyings contra mim, todas as pessoas que me ignoram ou me julgam até hoje e até mesmo o modo ruim que eu me repreendo, não eram por eu ser louca, infantil ou qualquer outra coisa ruim que me fizeram acreditar que eu seja, mas simplesmente por eu ser diferente.

Cresci sendo chamada de chata por ter regras sobre minhas coisas, por não ser fã de abraços, por não gostar de multidão e/ou ficar próxima de muitas pessoas, não gostar de barulhos por menor que seja e entre outras coisas. Sofri muito por acreditar que tinha amigos, até hoje ainda me confundo com isso, como quase agora que percebi que uma pessoa que eu achei que fosse minha amiga, me excluiu das redes sociais, sem mais e nem menos, e tá tudo bem né? Ninguém é obrigado a gostar de mim e eu preciso aprender que as pessoas vão me enxergar da forma que quiserem e eu não tenho controle sobre isso. 

Gostaria de saber disso antes, teria evitado o trauma de uns 2 a 3 anos atrás ter dado uma festa esperando cerca de 50 pessoas e ninguém apareceu, ou quando contei a uma pessoa que estava triste e ela divulgou minha história e ficou rindo de mim com outras pessoas, ou até de quando eu frequentava a escola e viviam rindo de mim por eu não saber como olhar para as pessoas e ter de ficar sempre sozinha.

Eu tô feliz em descobrir, mesmo que tarde e mesmo que cheia de feridas, é uma nova chance pra me compreender e entender que mesmo que tentem fazer eu seguir a todos, eu nasci para ser diferente. É a chance de fazer todas as minhas profundas cicatrizes sarar e eu mesma me dar um tapinha nas costas e dizer que apesar de tudo e de estar sempre sozinha, eu vou ficar bem.

E eu vou ficar.


Xoxo, Ellen